terça-feira, 14 de agosto de 2007

A alguém que desconhece o que é a Amizade

Foste um dia uma montanha.
Daquelas que têm cavernas que nos refugiam aquando das tempestades repentinas.
Hoje não és mais.
Hoje és uma ruína daquilo que foste e daquilo que algum dia serás.
És um pedaço de terra perdido no horizonte.
Perdemos o rumo para chegar a ti.
Não sabemos mais que caminho tomar.
O Sol, o teu Sol, turva-nos a vista de todas as vezes que tentamos retomar o caminho. Encandeia-nos e não nos deixa prosseguir viagem.
Deixaste de ter vontade própria em função do Sol. Ele comanda e destina o teu caminho. Tentámos mais uma vez.
Agrupámos as razões, as cordas que nos mantém unidos, os ganchos das nossas vidas e a vontade de te procurar mais uma vez.
Para mim, a última.
Caminhámos, caminhámos e desta vez vislumbrámos-te no horizonte.
O Sol estava em animada conversa com uma nuvem que o impedia de te iluminar.
Pensámos que desta vez conseguíamos içar-nos e subir ao teu topo.
A meio da escalada, o Sol veio. Escusado será dizer que não a completámos.
O resto da equipa está já a agendar a próxima tentativa.
Eu desisti.
Procurarei outra montanha.
Uma montanha que tenha sempre uma caverna para me abrigar, independentemente da vontade do Sol que com ela permaneça.

Nenhum comentário: