sexta-feira, 27 de julho de 2007

Ventania - Parte II

O temporal não passou de uma ameaça.
Por muito escuro que estivesse o céu, soprou somente uma leve, leve brisa, que nem força trouxe para mover as bandeiras do castelo. Melhor assim.

Ventania

Quando menos previa, quando menos pensava que acontecesse, surgiste de novo na minha vida.
Quando já tinha decidido que eras uma guerra perdida, uma causa sem causa, voltaste.
Quando estava a pensar caminhar em frente e deixar tudo o que fomos para trás, vieste. Vieste como vem o vento num dia de Inverno. Forte, decidido e apanhando de surpresa quem não sabe a força que tem. Arrastando tudo, baralhando tudo e deixando para trás um rasto de desordem. Tenho medo que isso me aconteça. Tenho medo que baralhes as ideias que arrumei durante todos estes meses , que nelas pegues, as mistures e as leves. Tenho medo que me perca nesse vento e que não tenha força para seguir em frente. Temo que me destruas o castelo ou que o deixes irremediavelmente perdido...

PS - Faz hoje "algum" tempo que edificámos um castelo junto à praia...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

J

Guardo-te, nas mãos, enquanto não te tenho comigo.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

New era

Cansei-me de lutar por causas perdidas ou quase perdidas. Cansei-me de lutar sozinha por uma coisa que devia ser partilhada, compreendida e tentada. Como disse ou escreveu alguém: Se um dia o Sol não brilhar, sorrirei na mesma.
De início é capaz de não ser fácil, deixar de pensar, deixar de fazer, deixar de tentar, mas está a hora de tentar. Acredito que a hora não seja a melhor, mas foi a possível.
Quando existe falta de tanta coisa, é porque algo está mal e neste caso, se estão mal, à que as resolver sem as remediar depois.
Gostaria de o fazer, comunicando a cada um de vocês, os motivos, mas não tenho tempo e de momento, não tenho vontade de o fazer. Acredito que não há espaços para nós, porque a vida se tornou muito material e pouco sentimental. Porque o importante é parecer e não ser o que se é.
Porque o importante é o que se tem e não quem se tem.
Pelo que sou, parece-me que está na hora de me libertar de vocês e dos laços que me unem a cada um de vós.
Se um dia for possivel, as amarras voltam e pode ser que aí os nós não se desfaçam mais.
Por agora, é hora de partir em busca de um novo porto de guarida.
E quem sabe um dia " Soltam-se as amarras e tocam guitarras por ti, como dantes".

domingo, 22 de julho de 2007

Miss you

Para ti, a paz. Para mim, a inquietude.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Encosta-te a mim

" Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim."

Jorge Palma

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Bad day

Deixa-me dizer-te que me perdi nas palavras, nos momentos, nas horas e não sei como voltar.
Tudo me parece vazio, desprovido de coisa alguma. Perdi a sensibilidade de retirar dos dias algo mágico. Algo que todos os dias se transforma e renasce para nós.
Talvez seja eu que nada queira ver, que nada queira sentir, nem nada queira achar.
Perdi-me na imensidão de gente que me rodeia, mas onde não está ninguém com quem eu queira estar.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

47

E quando tudo no mundo se perde, tudo em ti se revela e tudo em ti se vislumbra.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Passos

Sorri. Respira. Dança. Corre. Voa.
Olha. . Inspira. Sente. Pensa. Faz.
Promete. Toca. Conclui. Revela. Saboreia.
Acalma. Leva. Chora.Ama. Traz.

Fica.

Esquece.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Direito de Escolha


Hoje desfiz os nós que ainda nos uniam. Os únicos que restavam.
Segurei-os um a um e fui cortando.
Cortei também todas as cordas que um dia seguraram as velas deste navio.
Não preciso mais delas. Deixou de haver vento.
Deixo-te somente uma corda para fazeres dela o que quiseres.
Agarra-te ou solta-te...sem um único lamento.

P.S. - Paulo, Muito Obrigado por ma teres "emprestado".

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Um dia

Outros olhos verão aquilo que os teus não viram, ou não quiseram ver...

domingo, 8 de julho de 2007

Dualidade de Tempo

Perguntei ao tempo se tinha tempo para me dar. Respondeu-me que o tempo é tempo e há sempre tempo a chegar.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

No 52...Já ninguém mora!

Cheguei e sentei-me.
Coloquei a mala a meus pés e olhei de frente a casa. Quase nada mudara.
Fiquei ali a contemplá-la durante um bom bocado.
Parece que o tempo voltara atrás e que ainda via em alguns dos rostos que passavam, as feições de crianças que por ali andavam.
O vento soprava de mansinho e o cheiro a Verão invadia o ar.
Quase não havia carros ou pessoas na rua.
Olhei à minha volta e reparei que cada cantinho daquele largo, escondia um segredo. Sorri.
Relembrei o dia em que te encontrei pela primeira vez. Estava sentada no passeio em frente à minha casa e tu caminhavas do outro lado da rua. Em passos fortes, seguros, compassados. Trazias no rosto a calmaria de uma noite de Verão. Olhei-te e perdi-me na imensidão do teu ser. Não consegui tirar os olhos de ti. Continuaste caminhando e a certa altura paraste e olhaste-me de soslaio. Fingi que não vi. Apercebendo-te do meu pouco à vontade, viraste-te para mim e sorriste. Fui incapaz de não te sorrir.
A rebeldia das águas do mar em dias do mais rigoroso Inverno, estava agora no meu peito.
Senti-me voar.
Quis dizer-te Olá, mas a minha boca recusou a mexer-se e os lábios a colaborar.
Continuaste a andar.
No dia seguinte, no outro, no outro e no outro, esperei-te. Não vieste.
Por força do destino, 3 meses depois fomos obrigados a mudar de casa. Estive fora do país 10 anos.
A única coisa que sabia era que moravas no n. 52 da Rua das Papoilas.
Durante todo esse tempo perguntei-me por ti. Onde estavas? Como? Terias mudado? Já não terias aquela farta cabeleira loura? Apercebi-me que fazias parte de mim, como nenhuma outra pessoa. Adormecia e acordava a ver-te sorrir.
Há um mês, decidi voltar e procurar-te.
Trouxe as malas cheias de saudade e aqui estou; no mesmo largo, a contemplar a tua casa e a ganhar coragem para ir bater na tua porta...para te dizer olá.
Atravesso a estrada e respiro fundo. Levanto a mão de punho fechado e bato à tua porta.
Uma velhinha da casa ao lado, vem à janela e pergunta:
-Oh menina, quem procura? A família e o menino mudaram-se ontem . No 52...já ninguém mora!

(Em resposta a um desafio lançado por um membro da blogosfera: Finúrias)

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Rasguei-te de mim...

Neste preciso momento, matei o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro.
Coloquei em texto tudo o que fomos e de seguida rasguei tudo, como se rasgasse do meu peito o que ainda restava de ti.
E ainda restava tanto...
Escrevi cada letra como se escrevesse a raiva que me atormenta a alma neste momento,
cada parágrafo com todo este sofrimento, esta dor que não passa.
Dei por perdidos todos os versos que escrevemos nos momentos em que nossos olhos se encontraram e que nossos corpos se tocaram.
Perdido para sempre, em cada pedacinho de papel, está aquilo que um dia foi algo superior,
que não tem nome...quem sabe...amor.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Different Shapes

A mágoa tem tantas formas e tantos feitios que demorei tempo demais a perceber isso.
Gostava que as minhas mágoas dessem para transformar em formas físicas e entregá-las ao mundo. Tirá-las de nós, como quem tira um sapato e o arruma a um canto para nunca mais usar.
Neste momento, as poucas mágoas que tenho, davam para fazer um navio.
Vou tentar lançá-lo ao mar.

terça-feira, 3 de julho de 2007

2

Ontem guardei-te nas minhas mãos.

domingo, 1 de julho de 2007

"Forbiden Colours"

Tal como as cores proibidas, haviam também de ser proibidas ideias e sentimentos que nos fizessem entristecer sem razão...de repente.
Aconteceu-me isso agora ao olhar aquela foto. Senti-me vazia. Sozinha. Desamparada. Sem ti.
Tive a sensação que te perdi...
Senti o mar invadir-me os olhos e transbordar, uma vez e outra cada vez com mais força.