sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Tributo a C.

Não me perguntem porquê, mas tive necessidade de escrever, de passar algo para "papel". De esvaziar parte da alma, como se isso me deixasse mais tranquila e diminuísse a dor...
De fazer o Mundo entender que se perdem tantas coisas em nós quando somos surpreendidos pelas injustiças da vida. Tive necessidade de expressar a minha tristeza, a minha revolta, a minha indignação por a terem levado.
Não me cabe no peito a tristeza. Saí-me pelos olhos todas as vezes que ainda relembro isso... Como agora...
Não consigo entender como toda a minha esperança se transformou em pesar, em lágrimas minhas e de alguns daqueles que são muito meus. Custou-me ver a nossa melhor essência à superfície, acompanhando quem perdeu quase tudo na vida...
Mistura-se gente que nunca tem tempo para nada, mas que nestas alturas tem tempo para tudo porque o momento assim o exige e ontem lá fomos... Perdemos tempo mas ganhámos "conforto" (se assim pudermos chamar) ao acompanhar quem fica e de homenagear quem vai.
Gostaria de ter tido tempo de lhe dizer algumas coisas que não disse, agradecer a boa disposição diária dela, os sorrisos sempre sinceros que trocou a cada passagem minha por ela, a cada bom dia, mas não tive. Pensei que a teria por mais tempo, como pensamos sempre...
Pensei sempre que por tanta coisa que a fizeram passar na vida, que a mantivessem entre nós por mais tempo. Que seria a recompensa de uma vida sofrida...Enganei-me.
Fez-me pensar em tanta coisa... Em tanta gente...Em tanta situação e cheguei à conclusão que nunca disse suficientes vezes a todos aqueles que amo, que os amo verdadeiramente... e em alguns casos, não disse nunca... Vou remediar isso já...Enquanto tenho tempo.
A si, que já não vou a tempo, mas que considero gente minha e considerarei sempre, deixo a homenagem, ande por onde andar e esteja lá onde estiver...

Um comentário:

Anne disse...

Bem, depois de tudo isto nao tenho muito mais a dizer.
Há umas semanas atras tinhamos mostrado a esperança da permanencia dela entre nos, tinhamos confiado a vida dela às forças maiores, porque assim tinha que ser, tinhamo-nos rendido a uma fé enorme, aquela que nos manteve confiantes de que ela nao partiria. Pelos vistos nao foi suficiente, pelos vistos não chegou para a manter neste mundo nosso, nao a prendeu aqui aos q a amavam e levou-a para longe, para onde nao sabemos sequer onde ela está. Só espero que a partida deste mundo onde a sorte nao foi a sua melhor amiga a leve para um sitio bom, onde possa disfrutar de todas as coisas que nao pode aqui, espero que lhe seja dada toda a paz merecida e que olhe por todos nós, que apesar de nao lho dizer-mos diariamente, gostavamos muito dela.

Até sempre, nossa C.